Atravessando o Atlântico

Final do Século XIX

Para falar da Villa Greta a gente precisa voltar algumas décadas, mais precisamente para o dia 21 de dezembro de 1894. Nessa data o navio Hindoustan atracou no Porto de Santos trazendo da Europa muitas famílias que buscavam uma vida melhor do outro lado do Atlântico.

Dentre elas, estava a Familia Pomponio vinda de Campomarino, localizada na região de Molise na costa Oeste da Itália. Vicenzo e Constantina trouxeram seus 05 filhos, dentre eles Giuseppe com apenas 06 anos. Seguiram de trem até a Hospedaria São Paulo (atual Museu do Imigrante) e de lá foram mandados para trabalhar como agricultores nas fazendas de café da Família Matarazzo na divisa de São Paulo com Minas Gerais. 

A chegada em São Paulo

Início do Século XX

O trabalho duro e mal remunerado, a dificuldade de comunicação, a distância da terra natal e dos costumes foram sendo superados aos poucos.

Giuseppe se casou e teve igualmente 05 filhos, dentre eles Vicente Pomponio que logo após se casar tomou a corajosa decisão de se mudar para São Paulo com sua amada Milinda, mais precisamente para a Rua Diana no bairro da Pompéia.

Vicente passou a trabalhar como operário na Fábrica dos Matarazzo (atual Casa das Caldeiras) e Milinda lavava roupa para fora e assim ajudava com as despesas da casa com seus 04 filhos: Laura, Paulo, Vera e Cristina. 

Uma história de amor

Anos dourados

Paulo compensava a falta de dedicação aos estudos com o trabalho: entregava as roupas de bicicleta para as famílias mais abastadas de Higienópolis, engraxava sapatos e fazia o que podia para ajudar seus pais, sem deixar de lado seu futebol e suas noitadas numa cidade vibrante e que crescia vertiginosamente por volta das décadas de 50 e 60.

E numa dessas ocasiões escritas nas estrelas, conheceu durante uma viagem de trem a mulher que amaria até seus últimos dias: Maria Isabel Lupianhes. Isabel é neta de espanhóis que chegaram ao Brasil também no final do século XX com algumas economias para a compra de um pedaço de terra, o que garantiu a sobrevivência de todos através da agricultura na região onde fica hoje a cidade de Francisco Morato.

Seu pai, Luis Lupianhes foi chefe da estação de trem e sua mãe costureira. Paulo e Isabel carregavam histórias semelhantes de antepassados corajosos que não titubearam frente a novos desafios.

A chegada em Vinhedo

E foi assim que no final da década de 70 decidiram sair de Sâo Paulo e se mudaram para Vinhedo com seus filhos Paulinho e Luciana, logo acompanhados da caçula Tatiana, nascida na cidade então conhecida como Principado (graças ao apelido dado pelo locutor esportivo Luciano do Valle, que adorava esse lugar).

A cidade que acolheu tantos imigrantes na sua fundação, era (e ainda é) um destino almejado por quem busca qualidade de vida, mas que não consegue ficar muito distante de uma megalópole como São Paulo.

E nessa ponte rodoviária Vinhedo – São Paulo, cresceu Paulinho Pomponio.

Wet,n Wild, Hopi Hari e Vinhedo Gourmet

Começa a jornada

Apaixonado por suas raízes italianas e pela cidade de Vinhedo, logo encontrou sua vocação na área de marketing. Aos seus 28 anos pediu demissão na pequena metalúrgica do pai e gastou suas economias para sua primeira viagem a Orlado – Florida. Fez isso movido por um anúncio de emprego do Parque Wet n’ Wild SP que iniciava suas obras na região conhecida como Serra Azul na convergência das cidades de Vinhedo, Itupeva e Louveira. 

Seis meses depois ele voltava a Orlando, agora já contratado pelo parque, para passar 30 dias em treinamento. Menos de um ano depois foi então contratado pelo Hopi Hari e participou ativamente tanto da criação do conceito de país imaginário quanto da sua inauguração. Alguns anos mais tarde, continuou colaborando com o desenvolvimento do turismo na cidade com a criação do Festival Gastronômico Vinhedo Gourmet, que nas suas 04 edições anuais ajudou a colocar a cidade no mapa da gastronomia regional com apoio de empresários, órgãos públicos, mídia e patrocinadores. 

O começo do sonho

Fé, foco e muito trabalho

E foi nessa época que começou a nascer o desejo de construir na cidade um empreendimento que ao mesmo tempo homenageasse o passado, celebrasse o presente e construísse o futuro. Assim surge a Villa Greta. O terreno escolhido entre o Mosteiro de São Bento e a mata nativa da histórica Fazenda Cachoeira era o lugar perfeito para a empreitada. A inspiração da arquitetura veio da memória afetiva, além de viagens para a Itália e para a Serra Gaúcha. Apesar de não ser arquiteto, ele próprio criou o desenho do prédio de 1.700 m2, com base em livros de arquitetura e design e, claro, a ajuda do engenheiro responsável pela obra. E assim em 2012 a Villa Greta abriu pela primeira suas portas oficialmente para o casamento do Thiago e da Cláudia Trigo. Aliás, ela foi pedida em casamento no recém-construído mirante com direito a caminho de pétalas de rosas, luz de velas e uma vista incrível para toda a região. 

Um lugar para celebrar a vida

Ora et labora

Apesar de ter sido criada com o conceito de um espaço híbrido, nos primeiros 05 anos a Villa esteve dedicada exclusivamente aos eventos. Por aqui muitos casais, seus familiares e amigos celebraram o amor e a vida.

Em 2017 Paulinho finalmente monta o escritório da MKT+ (sua assessoria de marketing) no primeiro piso.

Hoje podemos dizer que a Villa Greta veio para ficar, um lugar de amor e trabalho, de celebração da vida e sobretudo de inspiração para as próximas gerações. Mais do que um prédio que homenageia nossos antepassados, ela é um símbolo de vitória para quem persegue seus objetivos e os conquista ... mesmo que algumas gerações depois.

Seja muito bem-vindo/a. A casa é sua.